Em ação nas escolas de Divinópolis, senador Cleitinho Azevedo oferece Pix para quem acerta perguntas políticas e revela falhas no conhecimento dos jovens.
O senador Cleitinho Azevedo protagonizou uma cena que rapidamente viralizou em Divinópolis. Em frente à Escola Estadual Joaquim Nabuco, ele lançou um desafio aos estudantes de 16 e 17 anos, com uma proposta inusitada: quem acertasse cinco perguntas sobre política receberia R$200 via Pix.
“Vou lançar um desafio agora na porta das escolas estaduais de Minas e do Brasil que têm alunos de 16 e 17 anos, que já podem votar no ano que vem”, anunciou Cleitinho. Segundo ele, a ação quer estimular o interesse político dos jovens e lembrá-los da importância de tirar o título de eleitor.
Perguntas simples
As perguntas pareciam simples: “Quantos ministros tem no STF?”, “Quantos deputados estaduais tem em Minas Gerais?”, “Quantos deputados federais tem em Minas?”, “Quem é o presidente da Câmara?”, “Quem são os senadores por Minas Gerais?” e “O que significa PEC?”.
As respostas, no entanto, revelaram um problema preocupante. A maioria não soube responder questões básicas sobre política e cidadania. Quando perguntado sobre o número de deputados estaduais, um dos alunos arriscou: “8”, e errou. Sobre o significado de PEC, outro hesitou e só depois acertou com ajuda: “Proposta de Emenda Constitucional”.
Mas o contraste veio logo em seguida. Ao trocar as perguntas sérias por uma curiosidade do mundo artístico, Cleitinho surpreendeu: “Com quem o Zé Felipe está namorando?”. A resposta foi imediata, e correta. “Com a Ana Castela!”, disse a estudante, sob risadas e aplausos. O senador reagiu com ironia: “Acertou! Tá vendo? Vou te dar o Pix, amor. Vou te dar o livro”.
O episódio levantou um debate necessário sobre a educação política dos jovens brasileiros. Enquanto erram nomes de senadores, “Cleitinho, Vianna e Pacheco” e confundem cargos do Legislativo e do Executivo, muitos demonstram conhecer bem o universo dos influenciadores digitais.
Futuro do país
“A gente precisa colocar a política na mente dos adolescentes e dos jovens também. Isso é extremamente importante”, alertou Cleitinho. Ele reforçou que o futuro do país depende do envolvimento da nova geração: “O presente é Deus, mas o futuro é nosso. A gente precisa lapidar nosso futuro”.
A fala do senador evidencia um contraste que preocupa educadores e pais. Os jovens, cada vez mais conectados, mostram grande interesse em temas ligados à fama e entretenimento, mas desconhecem assuntos essenciais para a formação cidadã. Saber quem namora quem pode gerar engajamento nas redes, mas não constrói consciência política nem prepara para escolher quem governa o país.
O desafio de Cleitinho escancarou uma dura realidade: a escola ainda forma cidadãos que sabem pouco sobre o funcionamento do Estado e o papel de seus representantes. Enquanto isso, as redes sociais continuam dominando o tempo e a atenção da juventude.
A iniciativa, que seguirá por outras escolas da cidade, tem o mérito de provocar reflexão. Mesmo com tom descontraído e prêmios em dinheiro, o gesto do senador abre espaço para um debate urgente sobre educação, cidadania e prioridades da juventude.
Como o próprio Cleitinho disse, o futuro é dos jovens, mas só será promissor se eles souberem quem o constrói.