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Na ONU, Lula declara: “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”

Na ONU, Lula declara Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis

Em discurso forte e direto na ONU, Lula denuncia genocídio em Gaza, critica autoritarismo global e defende democracia, soberania e justiça climática.

O Presidente Lula protagonizou, nesta terça-feira, um dos discursos mais fortes da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Diante da presidenta Annalena Baerbock, do secretário-geral António Guterres, chefes de Estado e representantes de dezenas de países, Lula expôs críticas duras contra o autoritarismo global, a desordem internacional, as intervenções militares e, sobretudo, o genocídio em Gaza.

Logo no início, o Lula lembrou a fundação da ONU como símbolo máximo da busca pela paz e prosperidade após a Segunda Guerra Mundial.

Contudo, ressaltou que os ideais de São Francisco estão mais ameaçados do que nunca. Segundo a fala, o multilateralismo vive uma encruzilhada e a autoridade da ONU sofre um abalo profundo diante de intervenções unilaterais, sanções arbitrárias e violações de soberania.

Defesa da democracia e soberania brasileira

Lula, destacou que resistiu a ataques sem precedentes contra democracia, recuperada há quarenta anos após duas décadas de ditadura.

Ressaltou que não existe pacificação sem justiça e apontou que, pela primeira vez em 525 anos de história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. O recado foi claro, a democracia e a soberania brasileiras não são negociáveis.

Fome e desigualdade como inimigos globais

O discurso abordou ainda a vitória recente do Brasil ao sair novamente do Mapa da Fome, confirmado pela FAO em 2025. Porém, lembrou que 670 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo e 2,3 bilhões enfrentam insegurança alimentar. Para Lula, a única guerra que todos podem vencer é a luta contra a fome e a pobreza, motivo pelo qual lançou no G20 a Aliança Global contra a Fome, já apoiada por 103 países.

Críticas às plataformas digitais e defesa da infância

Outro ponto de destaque foi a regulação das plataformas digitais. O Brasil promulgou uma das leis mais avançadas do mundo para proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. A posição foi clara, regular não significa censurar, mas impedir crimes como fraudes, tráfico humano, pedofilia e ataques à democracia.

Conflitos internacionais e Gaza

Sobre os conflitos globais, Lula defendeu a paz na Venezuela, no Haiti e condenou o bloqueio imposto a Cuba. Reafirmou que a guerra na Ucrânia não terá solução militar e destacou iniciativas de diálogo, como o Grupo de Amigos da Paz, formado com a China.

No entanto, a denúncia mais contundente recaiu sobre Gaza. Lula declarou que nada justifica o genocídio em curso contra palestinos. O presidente condenou o Hamas pelos ataques terroristas, mas ressaltou que o massacre indiscriminado, com milhares de mulheres e crianças mortas, viola o Direito Internacional Humanitário. A crítica também se estendeu ao veto que impediu a Palestina de ocupar seu assento na ONU.

Mudanças climáticas e Amazônia no centro da pauta

No campo ambiental, Lula reforçou que 2024 foi o ano mais quente da história e anunciou compromissos ambiciosos para redução das emissões entre 59% e 67%. A COP30, em Belém, foi chamada de “COP da Verdade”, momento decisivo para que os líderes mundiais provem seriedade no enfrentamento da crise climática.

O governo destacou que reduziu pela metade o desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos e anunciou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que pretende remunerar países pela preservação das florestas.

Reforma da ONU e apelo global

Lula, também defendeu uma reforma ampla da ONU, incluindo a criação de um Conselho específico para monitorar a crise climática. Além disso, criticou ainda retrocessos no comércio internacional e pediu a refundação da OMC em bases mais modernas.

O discurso encerrou com homenagem a Pepe Mujica e ao Papa Francisco, líderes falecidos em 2025, lembrados como símbolos humanistas e defensores da paz. Portanto, a mensagem final foi clara, o futuro multipolar precisa ser multilateral, justo e democrático.

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