Lohanna França acusa o governo de Romeu Zema de tentar incluir o Hospital Regional de Divinópolis na negociação de dívidas, contrariando acordo com a Universidade Federal.
A deputada estadual Lohanna França (PV) denunciou, em discurso contundente, uma suposta tentativa do governo de Minas Gerais de usar o Hospital Regional de Divinópolis como parte de um acordo para quitar dívidas do Estado.
“É um absurdo, é uma disfarçatez e agir de má-fé o governo do Estado querer colocar o nosso hospital na negociação dessa dívida”, disparou a parlamentar, visivelmente indignada.
Lohanna explicou que o governo tenta incluir o hospital em um acordo de pagamento, contrariando o termo de cooperação já assinado entre a Secretaria de Estado de Saúde, o governo mineiro, o Governo Federal e a Universidade Federal.
“A gente tem um termo de cooperação assinado… em que o Estado se compromete a doar para a Universidade, o terreno e o prédio”, afirmou.
O terreno e o prédio do hospital, avaliados em R$ 350 milhões, pertencem à população de Divinópolis. “Esse terreno é do povo de Divinópolis”, reforçou a deputada, lembrando que a construção não utilizou recursos do Estado. Segundo ela, o objetivo da cidade sempre transformar o espaço em um hospital universitário gerido pela Universidade Federal.
Pressão na reitoria
Lohanna também revelou que integrantes do governo estariam tentando pressionar a reitoria da Universidade Federal. “O Secretário de Estado de Saúde e a turma da Secretaria de Planejamento e Gestão estão ligando para o reitor… falando que ele tem que fazer um ofício pedindo para entrar no Propag”, denunciou. O programa Propag é utilizado pelo Estado para negociar o pagamento de dívidas.
Portanto, conforme a parlamentar, o governo tenta “enfiar o hospital regional de Divinópolis nessa negociação”, mesmo após já ter assinado o compromisso de doação. “Eles já assinaram a doação, têm que mandar aqui para casa para a gente doar para a Universidade Federal”, cobrou.
Além disso, a denúncia repercutiu também em Divinópolis. “Inclusive a nossa vice-prefeita Janete está falando sobre isso na rádio nesse momento”, relatou Lohanna, reforçando a preocupação das autoridades locais com a manobra política.
Pronta para votar o projeto
Além disso, a deputada destacou que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais está pronta para votar o projeto assim que o governo o encaminhar. “Semana passada, marquei uma reunião do reitor com o presidente Tadeu, e ele foi claro como a luz do dia: a Assembleia vota e vota em alta velocidade. Agora, o projeto tem que vir para cá”, declarou.
Portanto, Lohanna criticou ainda a tentativa do governo de transferir a responsabilidade. “Eles falaram com o reitor que a Assembleia não quer votar”, disse. “Isso é mentira. O problema é que o governo ainda não mandou o projeto.”
Portanto, a manobra inclui colocar o valor do hospital R$ 350 milhões, sem aplicar o desconto de 40% previsto, como parte do pagamento.
“Eles estão querendo colocar esse terreno e esse prédio, que valem 350 milhões de reais, sem o desconto de 40%, no saldo pagamento da dívida”, denunciou.
A fala de Lohanna gerou forte repercussão entre parlamentares e lideranças políticas da região. Além disso, a deputada reafirmou o compromisso de lutar pela federalização do hospital e alertou sobre os riscos da decisão do governo. “O que todo mundo de Divinópolis deseja é um hospital universitário gerido pela Universidade Federal”, concluiu.
