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Cores que dançam, sons que encantam: o espetáculo da Feira do Esplanada, em Divinópolis

Cores que dançam, sons que encantam o espetáculo da Feira do Esplanada, em Divinópolis

A Feira do Esplanada, símbolo de tradição e encontros, ganha novo brilho com o apoio da Prefeitura e o amor dos agricultores familiares.

Sábado amanhece mais vibrante no bairro Esplanada, em Divinópolis. Desde as primeiras luzes do dia, o ar se enche de murmúrios, risos, pregões e o arrastar calmo de carrinhos, enquanto barracas coloridas estendem-se pela Rua Coronel Júlio Ribeiro Gontijo, pintando a rua de verde-folha, amarelo-sol, vermelho tomate, roxo de frutas-silvestres e branco de queijos artesanais.

A feira começa cedo, às 7h, muitas barracas já estão à mostra, anunciando o sabor fresco e a promessa de cores que só a natureza e o trabalho rural imprimem.

O apoio municipal que transforma feiras

A Prefeitura de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Agronegócios (Semag), tem atuado ativamente para apoiar os pequenos agricultores e fortalecer o que se convencionou chamar de feiras livres.

Com iniciativas que vão desde o fornecimento de barracas em comodato ao suporte logístico, instalação de banheiros móveis, segurança, sinalização, divulgação ampla, o poder municipal melhora a estrutura a cada edição, garantindo que o espaço esteja limpo, organizado e acolhedor.

Uma medida emblemática foi declarar que as feiras livres municipais se tornem Patrimônio Histórico Cultural Imaterial da cidade.

Essa lei não apenas reconhece valor simbólico, mas formaliza respeito, consagrações e obriga a manutenção de padrões de qualidade, permitindo que as crianças, os netos e quem vier depois conheça as mesmas vozes, texturas, perfumes e cores.

Viver e reviver: quem frequenta, quem produz

Para muitos moradores, a feira existe há décadas. “Venho aqui há mais de 20 anos”, conta Maria de Moraes, aposentada de sorriso largo e sacolas cheias. “Não é só para levar verduras, legumes e frutas fresquinhas, é para abraçar amigos, encontrar quem mora longe, escutar o pregão de quem chama pelo cliente, e ver o mundo amanhecer colorido.”

Essa convivência humana soma-se ao cheiro do pão quentinho, ao som do grelhador no churrasquinho, ao moer do queijo apoiado na tábua, às risadas das crianças, das conversas sobre preços, da música que às vezes surge de rádios portáteis ou das vozes afinadas de vendedores anunciando “frango aqui, frango fresquinho!”, “pastel crocante”, “queijo mineiro puro” ou “artesanato local”.

Do outro lado, agricultores carregam desde as primeiras horas suas colheitas, brócolis com gotas de orvalho, tomates que ainda guardam o frescor da noite, cenouras firmes, folhas verdes vivas, frutas que parecem pintadas à mão.

São pessoas como José Augusto, agricultor familiar que sai de áreas rurais próximas para montar sua barraca. Ele afirma: “Se a gente tiver o apoio certo, com espaço, divulgação e estrutura, valoriza o que produzimos. Ver o cliente saborear nossa fruta, elogiar nossa verdura, me dá esperança e orgulho.”

Ele fala da melhora nos últimos anos, iluminação melhor, barracas mais bem organizadas, ruas mais limpo, fiscalização que evita sujeira ou obstáculos, tudo para que a feira seja segura e confortável.

A Prefeitura, tem “ouvido pedidos”, atendido modificações, por exemplo, ajuste das barracas, voltas ao formato de feira que permita entrada de veículos ou melhor circulação.

Paleta de cores, sinfonia de sons

Se você fechar os olhos, consegue ouvir, o estalo do óleo no pastel sendo frito, a faísca da brasa no churrasquinho.

O corte do queijo ou do frango vivamente anunciado, o tilintar de moedas, o rugido suave de motores que param para descarregar.

Os passos acelerados das pessoas que querem garantir a melhor fruta, o trinado dos passarinhos que pousam nas árvores próximas.

O canto distanciado de vendedores chamando os clientes, os murmúrios de famílias que chegam juntas, os cumprimentos doces de vizinhos.

E então abrir os olhos, bandeirinhas, toalhas de mesa estampadas, chapéus, sacolas coloridas, fractais naturais de folhas, a pele de frutas maduras reluzindo de vermelho, laranja, amarelo, roxo, verde. Tudo isso compõe uma pintura viva a céu aberto.

O que se encontra na feira

A cada barraca, algo que encanta:

  • Verduras e legumes: alface, couve, espinafre, quiabo, abóbora, cenoura, pimentões, pepino, batata-doce.
  • Frutas: mangas suculentas, mamão amarelo-ouro, banana-prata, morango, goiaba, acerola, limão, abacate.
  • Frangos frescos, carnes variadas, cortes caseiros, até cortes de porco dependendo da barraca.
  • Queijos artesanais: minas frescal, curado, coalhada, requeijão preparado artesanalmente.
  • Pastéis crocantes feitos na hora, recheios variados: queijo, carne, frango, sabores especiais regionais.
  • Churrasquinhos, espetinhos fumegantes que atraem olhares e fome: cheiro de carne na brasa que se mistura aos outros aromas.
  • Artesanatos: cestaria, bordados, flores de tecido, cerâmicas pintadas à mão, redes, mantas, bijuterias de sementes, peças de madeira, artigos decorativos típicos.
  • Outros quitutes: doces caseiros, “quitandas” feitas pelas feirantes, pães, bolo, produtos regionais preparados com carinho.

Patrimônio, sonho e pertencimento

A Feira do Esplanada não é só comércio: é patrimônio de Divinópolis. A lei que declarou feiras livres como Patrimônio Histórico Cultural Imaterial formaliza isso.

Ela simboliza o elo entre o campo e a cidade, entre o ontem e o hoje, preservando saberes, sotaques, sabores, mãos calejadas e sonhos de quem vive da terra.

Cada sábado, famílias, amigos e vizinhos se reencontram, mulheres que chegaram com filhos quando crianças, jovens que vendem seus primeiros artesanatos, idosos que trazem memórias de quando a feira era menor, mais simples, mas já tão cheia de vida.

Sonhos se misturam às cores: agricultores sonham mercados maiores, queijos reconhecidos, artesãos desejam oficinas, exposições, clientes que valorizam o feito à mão. “A gente planta com esperança de quem vai saborear”, diz José Augusto. “E quando veem a fruta tão linda, o cliente elogia olhando, isso já paga o cansaço.”

Melhorias recentes e desafios presentes

Prefeitura organiza, fiscaliza, mantém higiene, ilumina, mobiliza equipes para recolher lixo, facilita acesso. Além disso, a Semag garante que barracas estejam distribuídas de modo que passem pessoas em ambos os lados, sem apertos, sem bloqueios.

Portanto, a decisão, por exemplo, de retornar a feira do Esplanada a ser organizada em apenas uma lateral da via (para liberar o trânsito de veículos).

Outra ação importante, na Semana do Feirante, no dia nacional dedicado ao feirante, há homenagens, incentivo, divulgação, valorização. A Prefeitura aproveita essas datas para reforçar que feirantes não são invisíveis, mas parte vital da cidade.

Às 11h, quando o sol sobe mais forte, a Feira do Esplanada já está em pleno esplendor. Crianças correm entre as barracas, o troco tilinta, as barracas anunciam pastel-recheio novo, o churrasquinho solta fumacinha que dança no ar, frutas exalam perfume doce.

Portanto, ás 13h muitos já se foram, sacolas cheias, corações leves, rostos contentes. Resta uma alegria, aquela de quem viu nascer e continua vendo florescer uma feira que vai além do comércio, que é abraço, história, festa dos sentidos.

Portanto, a Feira do Esplanada é muito mais do que mercado, ela é memória, cor, sabor, som, patrimônio vivo de Divinópolis.

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