Retirada inesperada da pauta revolta mães e vereadores; projeto é idêntico ao aprovado e já em vigor em Belo Horizonte e em outros municípios
Sob alegação de “problemas técnicos”, o presidente da Câmara de Divinópolis, Israel da Farmácia (PP), retirou de pauta nesta terça-feira (28) a votação do projeto de lei que previa a distribuição gratuita de sensores de glicose a crianças com diabetes tipo 1. A justificativa não foi detalhada, e a decisão gerou forte reação entre o público presente.
O plenário estava cheio de mães e apoiadores do projeto, que expressaram indignação com o adiamento. Muitas pessoas deixaram o local revoltadas e criaram um grupo no WhatsApp, que já reúne mais de 250 participantes, para organizar novas ações em defesa da proposta.
A sessão também marcada por tensão entre os vereadores. O vereador Flávio Marra chegou a pedir uma “questão de ordem”, mas o presidente negou o pedido. O vereador Josafá Anderson, um dos autores do projeto ao lado de Dr. Delano, também não pôde se manifestar após a retirada da matéria da pauta.
Projeto aprovado em Belo Horizonte
Josafá lamentou o episódio e destacou que o texto apresentado é idêntico ao projeto aprovado em Belo Horizonte, onde já está em funcionamento. Segundo ele, um substitutivo elaborado justamente para garantir a mesma estrutura jurídica e técnica do modelo adotado na capital mineira, que sancionado sem impedimentos pelo Executivo.
Portanto, é exatamente o mesmo projeto que já funciona em Belo Horizonte, sem qualquer problema. Fizemos o substitutivo para evitar dúvidas. As famílias esperavam essa votação com esperança e saíram frustradas.
O projeto de lei tem grande mobilização popular, especialmente do grupo “Mães Pâncreas”, que reúne mães de crianças com diabetes tipo 1.
Portanto, elas defendem o uso do Monitoramento Contínuo de Glicose (MCG), tecnologia que dispensa as dolorosas picadas diárias nos dedos e permite o acompanhamento em tempo real dos níveis de glicose.
A proposta busca garantir mais qualidade de vida e segurança para crianças e adolescentes que convivem com a doença. Além disso, cidades como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Poços de Caldas, Santa Luzia e Passa Quatro já disponibilizam os sensores gratuitamente.
O impasse na Câmara de Divinópolis adiou um avanço importante na política de saúde municipal. O público agora aguarda uma nova data para a votação do projeto.
Portanto, o projeto ganhou força nas redes sociais e se tornou um símbolo da luta das famílias pelo direito a um tratamento digno e moderno.










