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Prefeitura de Divinópolis cria programa com pagamento em dinheiro para denunciar queimadas

Prefeitura de Divinópolis cria programa com pagamento em dinheiro para denunciar queimadas

Projeto de Gleidson Azevedo propõe pagar recompensas a moradores que denunciarem queimadas, vandalismo e crimes ambientais segue em análise na Câmara.

A cidade de Divinópolis, mais uma vez, se vê diante de números alarmantes de queimadas e de degradação ambiental em áreas urbanas.

De acordo com dados do 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros, apenas em 2024, o município registrou 916 queimadas, sendo 677 ocorrências criminosas no perímetro urbano, o que representa quase 74% dos casos.

O levantamento detalha ainda que 386 queimadas aconteceram em lotes vagos e 291 em áreas urbanas protegidas, incluindo regiões de preservação ambiental.

A situação continua grave em 2025. Até o dia 25 de agosto, já foram 391 queimadas registradas na zona urbana. Entre os locais mais atingidos está o Morro das Antenas, que todos os anos sofre com a devastação de incêndios criminosos. Em 2024, por exemplo, mais de 20 incêndios comprometeram a vegetação da área.

Apesar da gravidade, a cidade não possui até agora uma política de prevenção eficiente para reduzir os números crescentes de queimadas criminosas. A falta de medidas capazes de conter os autores desses crimes ambientais evidencia uma lacuna histórica na proteção ambiental de Divinópolis.

Diante desse cenário, o prefeito Gleidson Azevedo (Novo) apresentou uma proposta ousada: pagar recompensas em dinheiro para cidadãos que denunciarem práticas ilegais contra o patrimônio público, a ordem urbana e o meio ambiente.

O Projeto de Lei 59/2025, de autoria do Executivo, tramita atualmente na Câmara Municipal e promete abrir caminho para uma atuação direta da população no combate à degradação.

Programa de Incentivo à Cidadania

Batizado de Programa de Incentivo à Cidadania, o projeto prevê o pagamento de 20% do valor da multa aplicada ao infrator para o denunciante, desde que a denúncia resulte na identificação do responsável. A medida busca estimular a participação popular e criar uma cultura de responsabilidade compartilhada.

As recompensas vão abranger diferentes tipos de infrações:

  • queimadas criminosas e lotes sujos;
  • pichação ou grafite não autorizado;
  • furto ou vandalismo de fiação elétrica, cabos, mobiliário urbano ou equipamentos públicos;
  • descarte irregular de resíduos sólidos em áreas públicas ou privadas;
  • depredação ou destruição de bens públicos;
  • além de outras atividades que possam gerar sanção administrativa.

O cidadão precisará apresentar provas como fotos e vídeos, sempre por meio dos canais oficiais da Prefeitura, que ainda serão definidos em decreto após aprovação da lei.

Lotes sujos e responsabilidade dos proprietários

Outro ponto importante do projeto prevê que a Prefeitura poderá notificar proprietários de lotes sujos para regularizarem suas áreas. Caso a ordem não seja cumprida, o Executivo poderá contratar empresas especializadas para executar a limpeza. O custo do serviço, no entanto, repassado ao dono do imóvel. Em situações de inadimplência, a cobrança poderá ocorrer por protesto, inscrição em dívida ativa e até execução fiscal.

Essa medida pretende acabar com um problema recorrente em Divinópolis: terrenos abandonados, tomados por lixo, mato alto e foco de queimadas criminosas.

A fala do prefeito

Segundo o prefeito Gleidson Azevedo, a aprovação do projeto criará um mecanismo legal robusto contra práticas de degradação ambiental e urbana. Ele destaca que a iniciativa valoriza a cidadania ativa e fortalece a cooperação entre governo e comunidade.

“A iniciativa contribui para fortalecer a cidadania ativa, inibir práticas ilícitas e preservar a integridade dos espaços públicos e do meio ambiente, fomentando uma cultura de responsabilidade e cooperação”, afirmou o chefe do Executivo.

A expectativa da Prefeitura é que, com a ajuda da população, Divinópolis possa reduzir os números devastadores de queimadas e, ao mesmo tempo, criar um modelo de proteção urbana e ambiental que se torne referência para outros municípios.

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