Prefeito de Itatiaiuçu corta convênios com a PM em retaliação após operações da Lei Seca na Festa do Peão da cidade.
O prefeito de Itatiaiuçu, Romer Soares (Cidadania), protagonizou uma crise política envolvendo a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Ele reagiu de forma contundente após operações da Lei Seca.
Durante a 3ª edição da Festa do Peão de Itatiaiuçu, ocorrida entre 14 e 16 de agosto, Romer classificou as multas aplicadas como “sem-vergonhice”, afirmando que a PM prejudicou os moradores e participantes do evento.
Nos áudios divulgados nas redes sociais, o prefeito agradeceu aos frequentadores da festa, mas enfatizou que a presença da PM “só deixou a desejar”, destacando sua insatisfação com as medidas adotadas.
“Só deixou a desejar a Polícia Militar, mas amanhã tem retaliação, tem o segundo capítulo, que aí é comigo, vocês podem ter certeza”, afirmou Romer nos áudios.
Ele questionou diretamente a escolha do dia para a blitz: “Por que fazer uma blitz numa quinta-feira colocando bafômetro na porta do Parque de Exposições? As multas foram todas para pessoas da nossa cidade.”
Além disso, enfatizou que a segurança poderia ser garantida pela Guarda Municipal, argumentando que a PM não é necessária para o funcionamento adequado do município durante eventos locais.
“Polícia tem que correr atrás é de bandido. Colocar bafômetro na festa, para encher o raio do saco, multa meu povo, não aceito. Então, está retaliado a partir de amanhã”, acrescentou o prefeito.
Áudios e declarações de Romer Soares
Em gravações adicionais, Romer detalhou a retaliação. Ele afirmou que vai recorrer das multas aplicadas e promete medidas administrativas contra a PM, reforçando sua insatisfação com o evento.
“Já tô marcado com o comandante no governo, e amanhã já começa a retaliação. As multas que o pessoal tomou, amanhã vou fazer o vídeo, pedir para levar todas as multas lá, para a gente ver o que pode recorrer”, declarou o prefeito.
Romer destacou ainda que a operação não seria justa com os moradores locais. “As multas que o pessoal tomou foram todas para pessoas da nossa cidade. Não aceito punição ao nosso povo.”
Ele reforçou o papel da Guarda Municipal, na qual chama de “policia municipal” afirmando que ela cumpre função mais eficiente do que a PM em sua cidade. “Eu não preciso de PM aqui na minha cidade, tem a polícia municipal que faz muito mais”, disse.
Em outro momento, o prefeito questionou a atuação da PM em cidades vizinhas, como Itaúna e Divinópolis, comparando as ações e demonstrando insatisfação com critérios adotados.
“Por que essa operação não foi feita lá? Por que punir somente nosso povo? Não aceito esse tipo de injustiça administrativa e operacional”, concluiu Romer nos áudios.
Suspensão de convênios e cortes de benefícios
O prefeito não se limitou a palavras. Ele determinou a suspensão de quatro servidores cedidos ao destacamento da PM em Itatiaiuçu, afirmando que agora os próprios policiais deveriam executar atividades administrativas.
“Quem vai faxinar é o PM. Não tem mais manutenção em viatura e nem gasolina. É uma ordem, acabou a mamata. Se quiser, vai para o Estado. O Zema que vai fazer”, declarou Romer.
Além disso, a Prefeitura interrompeu o fornecimento de alimentação aos policiais, argumentando que eles estariam “punindo o povo” injustamente durante o evento.
“Já mandei quebrar o contrato. Se eu ver eles pegando marmitex, em qualquer lugar, seja quem for, o bicho vai pegar”, afirmou com firmeza, reforçando sua retaliação administrativa.
Além disso, as medidas também atingiram recursos logísticos, incluindo manutenção de viaturas, combustível e outros benefícios que eram disponibilizados à PM durante eventos e no dia a dia operacional da corporação.
Operação da Lei Seca e posicionamento da PM
A Polícia Militar informou que atuou em todo o perímetro externo do Parque de Exposições durante os três dias de festa, garantindo segurança e organização, sem registro de crimes graves.
Portanto, o Batalhão da Polícia Militar Rodoviária (BPRv) também participou da operação, que teve caráter preventivo e educativo, evitando acidentes, furtos e roubos de veículos.
Além disso, a corporação explicou que também foi acionada para dar suporte à segurança privada interna da festa, prevenindo delitos no interior do Parque de Exposições, e que as medidas foram eficazes.
Portanto, mesmo com o rompimento dos convênios, a PM garantiu que o policiamento em Itatiaiuçu continuará normalmente, com esforços para encontrar novo imóvel e substituição de viaturas cedidas pela Prefeitura.
“A sociedade de Itatiaiuçu pode estar segura de que não haverá interrupção no policiamento ostensivo e atendimento pela PMMG. Todas as medidas necessárias serão adotadas”, destacou a corporação em nota oficial.
Posicionamento do comandante-geral da PM
Além disso, o coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, comandante-geral da PMMG, parabenizou os militares pela atuação durante a Festa do Peão, destacando coragem e isenção durante as operações.
“Nossas ações preventivas salvam vidas. Somos uma instituição de Estado, guiados pela lei e pelo compromisso com o povo mineiro. Orgulho-me da tropa que protege nossa sociedade todos os dias”, disse o comandante.
Ele repudiou ataques contra a corporação e enfatizou a história centenária da PMMG, destacando seu compromisso com a segurança pública e a proteção da população de Minas Gerais.
“Como comandante desta bissecular instituição, repudio qualquer ato ofensivo proferido à nossa PMMG, que há 250 anos protege o povo mineiro”, finalizou o coronel.
Contexto e histórico da Festa do Peão
A 3ª Festa do Peão de Itatiaiuçu ocorreu entre 14 e 16 de agosto, no Parque de Exposições às margens da MG-431. Além disso, o evento reuniu milhares de participantes da região.
O prefeito Romer agradeceu publicamente aos presentes, mas reforçou que a atuação da PM prejudicou o evento, principalmente pelo caráter punitivo das multas aplicadas a moradores.
Além disso, a assessoria da Prefeitura confirmou o teor dos áudios, reforçando a posição do prefeito, destacando que a retaliação administrativa se iniciaria imediatamente.
Implicações políticas e repercussão
A crise evidencia tensões entre o Executivo municipal e a Polícia Militar, levantando debates sobre competência administrativa, segurança pública e aplicação de medidas preventivas em eventos de grande público.
Além disso, Romer Soares reforçou a narrativa de defesa da população local, posicionando-se como defensor dos moradores e criticando medidas que, segundo ele, ferem direitos e prejudicam a comunidade.
Portanto, a PM reafirmou seu compromisso com a população, destacando que todas as ações tiveram caráter preventivo e educativo, sem registrar incidentes graves durante a festa.
Prefeitura de Itatiaiuçu
Portanto, nesta terça-feira (19/8), Romer Soares publicou nota oficial reconhecendo o erro na forma como se expressou, ele afirmou.
“Quero ser o primeiro a reconhecer: eu errei na forma como me expressei”. O prefeito destacou a importância da fiscalização da Lei Seca e reforçou que em nenhum momento quis desrespeitar a Polícia Militar.
Além disso, conforme o comunicado, durante as operações de fiscalização no evento foram registradas 8 pessoas autuadas na Lei Seca, 9 veículos apreendidos e 50 furtos de celulares contabilizados.
Romer reafirmou seu compromisso com a PM e a segurança pública, citando investimentos de aproximadamente R$ 1 milhão, incluindo a reforma do quartel, entrega de viaturas e apoio com 400 câmeras de segurança operadas pela Polícia Municipal.
Além disso, o prefeito concluiu: “Porque segurança pública é prioridade absoluta. O meu compromisso, como prefeito, é com a lei, com a vida e com o bem-estar do povo de Itatiaiuçu”.
Prefeito volta em sua palavra
Portanto, incialmente a nota divulgada pelo prefeito e prefeitura de Itatiaiuçu, não mencionava os cortes feito pelo prefeito em retaliação a Policia Militar.
Portanto, após ser questionado pela reportagem do Centro-Oeste Agora, prefeito de Itatiaiuçu, Romer Soares (Cidadania) voltou atrás e decidiu manter os convênios com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), após a repercussão.
Inicialmente, Romer Soares havia rompido unilateralmente três convênios com a PM retaliação devido a operação Lei Seca desencadeada durante a 3ª Festa do Peão, realizada entre 14 e 16 de agosto.
Portanto, Romer Soares rompeu três convênios, com PM, uma viatura para atuação na cidade, apoio administrativo e uso do imóvel do destacamento da corporação.